Guarde isso: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo. C.F.A

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Rapidinhas #2

- Quando eu crescer, quero ser igual ao meu pai.
- Gordo e depressivo?
- Não. Criativo.
- Ah!
- ...
- ...
- Ei?!

domingo, 22 de agosto de 2010

Rapidinhas #1

Relacionamento FAIL:

- Amor
- Oi
- Você nunca diz que me ama
- Ué... eu demonstro nas minhas atitudes, isso não conta?

Onde Vivem os Monstros

"Como seria ter um lugar em que só aconteceria o que você quisesse que acontecesse?". Essa foi a sugestão dada pelo filme que escolhi aleatoriamente na locadora, seu enredo encarrega-se de responder tal pergunta no decorrer dos acontecimentos. Onde vivem os monstros entrou na minha lista de "filmes não-óbvios", aqueles que não indico a todo mundo, melhor, não indicarei a ninguém, quem se desprende das coisas evidentes vai querer vê-lo por si só, poderá achar o filme estranho, chato e sem nexo, ou não.

Fala das aventuras de Max, um menino solitário que cria o seu próprio mundo, com seus próprios monstros: inconstantes, temperamentais, tristes, vilões e mocinhos ao mesmo tempo. Um garoto incomum, notamos isso na sua história fantasiosa sobre os dois edifícios mordidos por vampiros, sua vontade em saber todos os segredos do mundo, ou seu intusiasmo em construir o forte perfeito, com uma cidade em volta, onde todos os monstros dormiriam juntos, apoiando uns aos outros, e por fim ele pede que tudo seja encarado de maneira realista.


Quem disse que não podemos criar o nosso próprio realismo, com fortes seguros, reis competentes, que nos entenda e consiga unir todos os nossos monstros numa só comunidade? Ninguém disse, justamente porque não podemos. As feras são mais fortes, e singulares, existe aquela quieta que espera ser ouvida, a que é leal, a amarga, a silenciosa, a que necessita de atenção e companhia, a impulsiva e mais outras, todas são um só ser, nós mesmos, que nunca se unirão.

E o nosso outro mundo, aquele que arquitetamos, onde tudo é perfeito e nos agrada, é bem mais triste que esse mundo de todo mundo. Lá estaremos sozinhos, ninguém é obrigado a participar dele, e por isso ninguém participa, é aí que percebemos o quanto precisamos da verdadeira realidade, e que nela existem outras pessoas arquitetas de seus mundos, abrindo mão da sua obra para simplesmente nos amar, ou nos ver comendo cereal no jantar e não dizer uma palavra se quer, por apenas gostar de ver o nosso rosto, afinal "somos só meninos vestidos de lobo que fingem ser reis".

(passei dias para conseguir postar esse comentário sobre o filme, mas eu precisava)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu tenho meus desejos e planos secretos ♫♪

Ler o livro perfeito, ouvir a música mais linda, ver o filme mais triste, a comédia mais engraçada, o desenho mais cativante, ter o quebra-cabeças mais difícil, a companhia que se encaixe, seguir o caminho certo, depois o errado, o certo de novo, alguém que não me enfade, uma atratividade preferida, a música preferida, a cor preferida, gostar apenas do verde, usar verde e não azul ou vermelho, dizer o que gosto e preferir o que gosto, gosto de suco de abacaxí mas prefiro acerola com leite, gosto do branco mas prefiro preto, quero pilotar um avião, desvendar um crime, fazer cafuné, receber cafuné, beijar a mão, pegar na mão, comer um pudim sozinho (com colher de sopa), jogar sorvete na cabeça, escrever um livro, fazer um filme, viajar com apenas uma mochila nas costas e 100 U$ (dólares) no bolso, ir em Vegas, Amsterdam, Egito, Veneza, conhecer Notre Dame, remar, naufragar e sobreviver, salvar uma vida com um cortador de unha, salvar o mundo com uma batedeira, pilhas, clips, e fios coloridos, montar uma biblioteca, videoteca, discoteca, e tudo teca, fazer o bem, não errar, ter razão, dar razão a quem eu amo, amar (verbo intransitivo), ir ao cinema a dois e descobrir que ninguém mais foi, conhecer o santuário de Apolo, comer pão com mel sem que ninguém ache estranho, rir de tudo sem ser desespero e por fim mas não menos importante, descobrir como o universo surgiu, e assim reunir tudo isso no meu dicionário de sensações vividas. Enquando isso permaneço "sozinho", no silêncio da noite, sonhando acordado, juntando o antes, o agora e o depois, perdendo tempo e deixando que meus desejos e planos morram apenas como desejos e somente como planos, por isso agora não os quero secretos, talvez um gênio da lâmpada possa por aqui passar, ler e se interessar, e como num passe de mágica, meu mundo realizar.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Eu já quis ser uma pipa, invejava a sua leveza, suas cores, sua estação do ano, pois saibam vocês que de onde eu vim existe época para tudo, porém a mais legal era a época de soltar pipa, sentir o vento das 10h da manhã, o friozinho do outono, sim, O-U-T-O-N-O a época das pipas. Sabe em que eu mais as admiro? É que elas seguem o vento, sem medo, sobem até lá no alto, mas com toda a segurança de uma linha e um carretel que impedem que elas se percam e nunca mais voltem."

Ops, vejam só, acabei de encontrar minha linha! Agora posso brincar e dizer: Mãe, já sou uma pipa, volto mais tarde, o vento não pode me levar embora, trarei da minha viagem as melhores coisas do mundo, só para te mostrar que sei voar sozinho.