Guarde isso: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo. C.F.A

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A volta dos que não foram.


Desde a maratona de vestibulares sem muito sucesso, passei uns dias num conflito existêncial interminável, digamos que em férias cefálicas, meu cérebro parecia ter parado, e nada saia da minha cabeça a não ser as secreções nasais, para não dizer catarro, mas agora acho que despertei, é impossível deixar de comentar o cotidiano quando se vive, e até quando se morre. Muitos assuntos foram deixados de lado, um verdadeiro desperdício de opinião escrita, e eu digo AFF!

Eu Voto!


Uma coisa que eu conheço bem é a história da repressão no nosso país, as disputas por liberdade, as perdas, torturas, exílios, desaparecimentos sem explicação, medo, e por fim, a Anistia. Foram anos corridos e desperdiçados onde o Brasil estacionou no tempo, não progredia nem regredia, apenas afundava em dívidas. Depois de muito bafafá conseguimos exercer a nossa democracia, o direito de votar que nos foi privado, enfim, hoje para que eu tenha em mãos um Título de eleitor muita gente se sacrificou no passado, uma maneira arcaica de conseguir a permissão para crescer.

Alguém poderia perguntar se eu participei de alguma dessas manifestações, ou se sofri algum tipo de tortura, e eu responderia: "Lóóóógico que não". Eu sei porque leio nos livros, não sou um coroa cinquentão, sou só um estudante, ou quase. Só quero mostrar que sei o poder que tenho, posso escolher e agradescer por ter essa oportunidade. Essa é a explicação plausível para que eu odeie quem menospreza o voto, como na campanha do desarmamento, o governo poderia proibir o uso de arma de fogo, mas nada melhor que saber o que as pessoas acham por meio de uma eleição, e voilà, o país queria as armas. Porém houve aqueles que acharam tudo uma idiotice, perda de tempo e de opinião, mesmo que a decisão fosse responsável por manter as pessoas vivas, ou no mínimo, longe de 4 das 10 balas perdidas que voam por aí. Outra eleição vítima de preconceito é a do Conselheiro Tutelar, facultativa e hostilizada, ninguém vai votar se poder escolher ficar em casa vendo televisão.

Essa é a cara do Brasil, para quê importar-se? é só uma arminha, ou um coselheiro tutelar que pode ser chamado de uma babá quase perfeita. E assim o BBB consegue 30 milhões de votos em minutos, talvez porque seja mais importante para as pessoas, é um divertimento, até para mim, eu gosto, assisto, me envolvo mas não me futilizo, sei do meu dever como cidadão, se eu tenho tempo de escolher meu big brother ou sister favoritos, porque não o meu político, diretor, conselheiro tutelar ou presidente da associação de moradores? Não aceito ser julgado como participante da maioria só por fazer algo que a maioria faz, não é porque metade da população não se importa e prefere ver um Reality Show que eu também tenha que não me importar. Sou acima de tudo, alguém que sabe o que realmente é importante, que sabe analisar e escolher o que é melhor e não o que é pessoal, sei em quem votar e como escolher em quem votar, eu apenas sei e não preciso que alguém cobre isso de mim, e falando francamente, me orgulho disso, de ter discernimento e de conviver e conversar com pessoas que também tem. É essencial escolher o que é M.I. na nossa vida, e para isso não é preciso deixar de lado a oportunidade de se misturar com os adoradores da mídia populista, e assim segue-se a vida.

GLOSSÁRIO
* M.I.: Muito Importante