E de manhã, ao acordar, aquela brisa te toca o rosto; a brisa que deixa tudo mais frio e confortável, que vem caladinha encher o ambiente de ar e dispersar cada foco de fumaça que te sufoca, uma brisa desejada à cada falta de ar que a dor causa, que ameniza todo o desconforto das atitudes mal tomadas e das palavras que jamais deveriam ser pronunciadas. Ela leva consigo todo o peso do não, do fim e do medo do sim, e leve, te mostra que há delicadeza suficiente entre tanta indiferença. Quatro olhos se encontrarão, em silêncio, tentando estabelecer qualquer ponta de diálogo que o tempo planejou, pois a brisa trás de volta o que insiste em partir, põe na tua frente, para que aquele piscar de olhos, único e triste, te lembre que a saudade só fará sentido e só será aproveitada se existir distância entre você e o que o sentimento te projeta.
(Sugestão de música: "Seu Olhar" por Seu Jorge. Estava ouvindo quando escrevi)
(Sugestão de música: "Seu Olhar" por Seu Jorge. Estava ouvindo quando escrevi)