Guarde isso: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo. C.F.A

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um olhar, o meu.

Chega um dia em que tudo acontece como se nada tivesse acontecido antes, melhor, chega um dia em que tudo acontece como se TUDO que tivesse acontecido antes agora fosse NADA, mais nada. E esse nada que sobrou de tudo, é tudo, é o que desejamos, é a nossa liberdade, é o nosso suspiro de alívio após um tempo conturbado na tentativa de esquecimento, é o se ter consigo e precisar de si para ser forte, é ser o soldado principal do próprio exército, é não cair nunca mais na mesma armadilha, é voltar a ter perspicácia, é voltar a se importar mais com o mundo, cuidar mais do mundo, ser o mundo sem se desligar do próprio infinito particular, é ser eu e saber que isso é bom, é você ser você e também saber que isso é bom; esse nada é o resgate do poço, e para mistificar com beleza, é o ressurgir das cinzas. A cada dia que um ser aprende a se amar, e em casos como o meu, voltar a se amar como antes, torna-se mais fácil, por mais decepcionante que possa ser às vezes, amar o próximo, mas com cautela, um olho fechado e outro aberto, sem deixar de crer nas atitudes e palavras dele e assim saber sentir o que Deus nos ensinou, aquilo de amar o próximo como a si. Enfim, sentir o nada que sobrou de tudo de antes, é voltar a se reafirmar, é o despertar para despertar, é ser dono da beleza da própria visão e poder dizer "gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele comigo". Sentir nada de tudo aquilo, é tudo.