Perco a conta da quantidade de canções para ninar gente pequena, com suas melodias "água com açucar"- em definição quase literal, algo doce que acalma. Ser gente pequena faz bem, é bom e alimenta, regozija a alma e faz crescer, mas é preciso ser gente grande às vezes, e para isso não há canção de ninar, nem doces de gratificação, só há um mundo exigindo que a insônia seja seu aliado, afinal quem precisa de descanso em uma terra de gigantes? A força da plenitude deve suprir a necessidade de dormir, o tamanho do ser, em análise estética, faz dele um grande heroi, e herois não dormem.
Quando abro a porta dou de cara um numeroso exército, tentando provar a sua solicitez competitivamente, acreditando que dormir seria perder tempo, e tempo é tudo que não pode ser perdido, com ele vão pessoas, sentimentos e glória, talvez enquanto fechamos os olhos o mundo acabe e o que tivesse de ser dito seria eternamente silenciado, as ações eternamentes imobilizadas e o amores jamais conquistados. Hipnos, deus do sono na mitologia grega, perdeu a leva do raciocínio, não sabe mais se é útil fazer dormir, por isso a falta de canções de ninar gente grande, acredito que ele seja o compositor. São tantas olheiras profundas, nenhum descanso, e sempre, sempre, sempre a mesma batalha em busca do que deve ser conquistado e o infindável debate sobre aquilo que foi perdido. Agora precisamos dormir, todos nós. Renovar a altivez e a esperança, e encontrar calmamente aquilo que realmente é nosso, se possível, compor nossas próprias cantigas e cantá-las sussuradamente até que a voz vá sumindo, sumindo, sumindo e enfim, após uma noite de sono, o novo dia, e uma nova vida, onde gente grande merece ser ninada.
Quando abro a porta dou de cara um numeroso exército, tentando provar a sua solicitez competitivamente, acreditando que dormir seria perder tempo, e tempo é tudo que não pode ser perdido, com ele vão pessoas, sentimentos e glória, talvez enquanto fechamos os olhos o mundo acabe e o que tivesse de ser dito seria eternamente silenciado, as ações eternamentes imobilizadas e o amores jamais conquistados. Hipnos, deus do sono na mitologia grega, perdeu a leva do raciocínio, não sabe mais se é útil fazer dormir, por isso a falta de canções de ninar gente grande, acredito que ele seja o compositor. São tantas olheiras profundas, nenhum descanso, e sempre, sempre, sempre a mesma batalha em busca do que deve ser conquistado e o infindável debate sobre aquilo que foi perdido. Agora precisamos dormir, todos nós. Renovar a altivez e a esperança, e encontrar calmamente aquilo que realmente é nosso, se possível, compor nossas próprias cantigas e cantá-las sussuradamente até que a voz vá sumindo, sumindo, sumindo e enfim, após uma noite de sono, o novo dia, e uma nova vida, onde gente grande merece ser ninada.
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