Era assim que eu queria acordar, como antes, sentindo uma grande estima pelo dia que começa e me desligando dos que acabaram. Toda manhã ganho a oportunidade de escrever uma nova frase, construindo versos rimados, como se cada rima fosse uma lembrança breve daquilo que quer se repetir, ou simplesmente remeter à histórias passadas, para me lembrar que nada morre completamente a ponto de ser esquecido.
Vou construindo estrofes e cada uma delas é uma parte minha que desaflorou, sempre parece que a última é mil vezes mais madura que a anterior, releio alguns versos, e os vejo tão amadores, tão burros, tão mal escritos que chego a duvidar se um dia seria capaz de fazer algum similar.
Hoje certas coisas pequenas já não me causam mesmo efeito, não sei se seria sempre assim, mas a sensação de ter uma cabeça sobre meu peito é tão comum, a única coisa que sinto é aquele calor específico de um corpo, um pouco mais frio que o meu, enquanto vemos um filme interessante. Damos às mãos e sinto apenas dedos macios, só que mais quentes, posso ter a temperatura compórea tatilmente maior que as outras pessoas, mas minhas mãos e pés não são afetados, são por vezes gélidos. Nenhuma afeição ou conforto me tomou como, muitas vezes, achei que aconteceria, nada que me envolvesse profundamente se evidenciou, foi normal, como tantas outras ocasiões: trivial e rotineira.
Não quero alterar a minha noção de bons momentos e perder a chance de me admirar com o simples, seria exigir demais pedir para que inovassem para me agradar, que arriscassem vidas ou travassem um confronto excitante entre monstros marinhos, já somos complexos calados, mais ainda falando, e perfeitamente mais quando queremos nos sentir especiais e admirados. Prefiro continuar me sentindo bem comigo quando vou à biblioteca para compartilhar aquele silêncio de vozes abafadas, quando vou ao museu ver todos aqueles objetos antigos que sempre estão lá, imóveis e repetidos, entendo que nenhum desses ambientes me surpreenderá, muito menos ativarão meus extímulos de adrenalina, mas não pretendo criar imunidade ao básico, isso preservará os grandes momentos, aumentando meu estado de graça quando acontecerem. Ontem eu morri ao dormir, meus propósitos mudaram, minha maneira de escrever a continuidade do poema também, utilizo uns parâmetros e dispenso outros - os menores - , acreditando que eles não irão surtir efeito por serem pequenos na comparação, e a cada dia subo um degrau vendo o anterior desaparecer para que eu jamais retorne; vou subindo, subindo, mudando minha visão, exigindo, cobrando, querendo, se continuar assim, nesse aumento desenfreando de padrão, chegarei a um patamar impossível de ser alcançado por um humano, então me preparo desde já, para saber crescer sem achar que nasci em um mundo incapaz de suprir meus desejos, pois se há um lugar para que eu me realize, é aqui, agora e com o mínimo.
Vou construindo estrofes e cada uma delas é uma parte minha que desaflorou, sempre parece que a última é mil vezes mais madura que a anterior, releio alguns versos, e os vejo tão amadores, tão burros, tão mal escritos que chego a duvidar se um dia seria capaz de fazer algum similar.
Hoje certas coisas pequenas já não me causam mesmo efeito, não sei se seria sempre assim, mas a sensação de ter uma cabeça sobre meu peito é tão comum, a única coisa que sinto é aquele calor específico de um corpo, um pouco mais frio que o meu, enquanto vemos um filme interessante. Damos às mãos e sinto apenas dedos macios, só que mais quentes, posso ter a temperatura compórea tatilmente maior que as outras pessoas, mas minhas mãos e pés não são afetados, são por vezes gélidos. Nenhuma afeição ou conforto me tomou como, muitas vezes, achei que aconteceria, nada que me envolvesse profundamente se evidenciou, foi normal, como tantas outras ocasiões: trivial e rotineira.
Não quero alterar a minha noção de bons momentos e perder a chance de me admirar com o simples, seria exigir demais pedir para que inovassem para me agradar, que arriscassem vidas ou travassem um confronto excitante entre monstros marinhos, já somos complexos calados, mais ainda falando, e perfeitamente mais quando queremos nos sentir especiais e admirados. Prefiro continuar me sentindo bem comigo quando vou à biblioteca para compartilhar aquele silêncio de vozes abafadas, quando vou ao museu ver todos aqueles objetos antigos que sempre estão lá, imóveis e repetidos, entendo que nenhum desses ambientes me surpreenderá, muito menos ativarão meus extímulos de adrenalina, mas não pretendo criar imunidade ao básico, isso preservará os grandes momentos, aumentando meu estado de graça quando acontecerem. Ontem eu morri ao dormir, meus propósitos mudaram, minha maneira de escrever a continuidade do poema também, utilizo uns parâmetros e dispenso outros - os menores - , acreditando que eles não irão surtir efeito por serem pequenos na comparação, e a cada dia subo um degrau vendo o anterior desaparecer para que eu jamais retorne; vou subindo, subindo, mudando minha visão, exigindo, cobrando, querendo, se continuar assim, nesse aumento desenfreando de padrão, chegarei a um patamar impossível de ser alcançado por um humano, então me preparo desde já, para saber crescer sem achar que nasci em um mundo incapaz de suprir meus desejos, pois se há um lugar para que eu me realize, é aqui, agora e com o mínimo.
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